O outro lado do crime
A Sangue Frio, de Truman Capote. Editora Cia das
Letras. 1966
Por Isabella Feitosa
Em 14 de Novembro de 1959,
tarde de sábado na pequena Holcomb, pacata cidade do interior do Kansas (EUA), envolto
a um clima desprovido de atenção, com uma população de 270 habitantes, a
família Clutter, Sr. Herbert Clutter, Sra. Bonnie Clutter e os dois filhos mais
novos e adolescentes, Nancy e Kenyon, são assassinados brutalmente por apenas
quarenta dólares, um rádio da marca Zenith e um par de binóculos. Os
responsáveis pelo crime, Perry e Dick, ficam famosos com toda a atenção que
recebem pelo episódio sangrio.
Truman Capote, jornalista e
escritor do Romance não fictício, visto que lança um novo gênero literário com “A
Sangre Frio”, conta o seu envolvimento no famoso assassinato americano da
família Clutter. Após seis anos de pesquisas, evidências e declarações
minuciosas, Truman conclui sua abra, contemplando com um fato que acaba contato
muito mais do que o esperado.
A Obra cheia de detalhes e
personagens explora ao máximo todas as informações que leva a entender e
concluir um caso desumano e de tamanha brutalidade.
Todo o caminhar do enredo induz
a concluir que o autor envolve-se demasiadamente com os assassinos, deixando
claro a sua identificação com um dos criminosos, Perry. Sua personalidade e
frieza sobre o caso, chamam atenção de Truman que por conseguinte explora muito
mais esse lado desafiador da história.
A Sentença de morte de Perry
e Dick, apenas é decretada seis anos após o crime, prolongando assim as
pesquisas e troca de informações para o conteúdo do livro.
Sem dúvidas sobre os
personagens protagonistas da oba, a família Clutter se destaca em segundo
plano.
Capote leva ao um pensamento
e olhar crítico por traz do que não é evidenciado, por traz do que as câmeras e
holofotes não conseguem enxergar, um caminho que será desvendado com a leitura
e o segredo dele, que acaba se tornando o destaque para o sucesso do livro.
A vida e os porquês dos
autores do crime, dos assassinos, dos homens cruéis e sem coração, toma outro
rumo, fazendo sensibilizar com o que até então não fora estudado e nem provido
de atenção necessária dos outros autores literários.
A Sangue Frio quebra o elo
da dramatúrgica história, visto que de fato, procura entender e desvendar
caminhos virgens, não explorados antes. A Inversão dos papéis é notoriamente
clara e procura desvendar Perry e Dick como pessoas comuns que merecem atenção
psicológica e acima de tudo humana.
A Coragem do autor e o
conflito que se dá entre as páginas, são certamente o sucesso da obra que
supera obstáculos e especulações. Sua essência, seu olhar crítico e
principalmente o sensibilidade humana, definem “A Sangue frio”.
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